terça-feira, 22 de novembro de 2011

Como dar remédios a um animal

É bem frequente, ao explicar a um proprietário, a receita de algum medicamento que eu tenha prescrito pra seu animal, vir aquela velha pergunta: mas como eu dou este medicamento? posso enrolar em um pedacinho de carne? posso dissolver em um pouco de leite? Pois bem, vamos fazer algumas considerações para orienta as formas coprretas, mais seguras e eficientes de dar um medicamento a nossos animias de estimação.
Dar remédios a um animal, muitas vezes, não é uma tarefa tão fácil, e  o fornecimento de medicamentos de forma inadequada pode comprometer a saúde de seu animal,e a eficiência do tratamento, além de, em muitos casos, colocar em risco sua segurança em função de mordidas, principalmente quando do fornecimento de medicamentos de uso oral.
Formulações e vias de administração
Injetáveis: Não creio que seja necessário informar: a apliocação de produtos injetáveis deve ser feita apenas por pessoa habilitada para tal procedimento. Injeções aplicadas em locais errados podem causar sérios problemas para seu animal. então é melhor não fazer voc~e mesmo este tipo de aplicação. Procure seu veterinário.
Medicamentos líquidos e xaropes de uso oral: Preferencialmente  utilize uma seringa. tenha calma, procure acariciar o animal, e cuidadosamente tente abrir a boca de seu animal, segurando-o por sobre o focinho e colocando os dedos médio e indicador por um lado e o polegar por outro. Evite neste momento encarar diretaemtne o animal. estando seu animal com a boca aberta, aperte suavemente o êbolo da seringa. Caso você não consiga abrir a boca de seu animal , introduza a seringa no canto da boca segureando-lhe a boca para cima e fazendo sair o líquido lentamente, se for um cão. No caso de gatos, introduza a ponta da seringa logo atrás dos caninos e mantenha-lhe a boca virada para cima.

Medicamento sólidos de uso oral: Muitos destes produtos podem ser macerados, misturados a líquidos (água, preferencialmente) e dados com uma seringa, como no caso anterior. Nesta circunstância, caso fique algum resquício de medicamento na seringa, esta deve ser novamente preenchida com água para dissolução o resíduo do medicamento restante e dado ao animal. 
Outra forma de se dar medicamento em comprimidos para seu animal é escondê-lo no alimento preferido, bifinhos, petiscos, ração, carne cozida (atenção: nunca dê carne crua para seu pet, e não dê carne rotineiramente, lembre-se estamos dando um remédio, que é um excessão, não a regra). UM boa dica é procurar dar este tipo de medicamento em um horário em que o animal esteja com mais fome, pela manhã, por exemplo. Mas se não der para dissolver em água, nem misturar no alimento, você deve dar o medicamento diretamente na garganta de seu animal (eu prefiro esta forma, pois você tem certeza que ele ingeriu todo o produto). Neste caso posicione o animal de costas entre as suas pernas. Com o bichano de costas, 
ATENÇÃO: Cápsulas geralmente devem ser dadas sem serem abertas. A cápsula, em alguns medicamenteos, protegem o produto da ações das anzimas do estômago do animal, e rabrí-la implicaria em interferir negativamente na sua eficácia. Assim, o melhor, no caso de cápsulas é dar diretametne na garganto do animal mesmo.
Medicamentos pastosos de uso oral: muitos produtos hoje no mercado são apresetnaos na formade pasta, geralmente contida em uma seringa com aplicador. Esta é a melhor forma de dar medicmanetos pastosos na boca de seu animal. siga as mesmas dicas dadas anteriormente para o uso de seringas.
Produtos de uso otológico: As otites (infecções de ouvido) são bastante comuns em pequenos animais, e o uso de medicamentos de uso otológico é sempre um incõmodo pra seu animal. neste caso, dê preferência a produtos em gel, por causarem menor irritação a seu animal. A forma de dar estes medicamentos é segurando a orelha com firmeza, mas sem apertar, e levantar para pingar a dosagem. Depois, abaixe a orelha com gentileza e esfregue a cartilagem na base da orelha. Assim, o medicamento flui pelo canal auditivo.

produtos oftalmológicos:  No caso de líquidos, mantenha ca cabeça de seu animal levemente erguida, e pingue as gotas na superfície ocular. No caso de  formulações cremosas ou pastosas, tracione suab]vemente a pápebra inferior de seu animal e deposite o produto na bolsa que se forma entre o olho e a páopebra.
Sprays: Produtos de uso spray devem ser aplicados a uma distância um pouco maior que 1 palmo (aproximadamente 15 cm). Lembre-se de agitar o frasco antes de aplicar, e no caso de utilizar o produto na região da cabeça, tenha cuidado para o produto não atingir a região  dos olhos (a não ser que este seja o objetivo). Uma dica bem interessante é, não aplicar o spray diretamente no animal: aplique o produto sobre uma bola de algodão e passe na área afetada, isto irá minimizar o problema do som do spray e do frio provocado por ele, quemuitoas vezes causam repulsa do animal  a este tipo de produto.
Banhos (shampoos, sabonetes, e soluções): Muitos medicamentos são indocados para serem utilizados durante, ou na forma de banhos. neste caso não tem mistério. BMolhe todo o corpo do animal e aplique o produto. Deixe-o agir pelo tempo indicado e enxague (se houver esta indicação). Algumas soluções, carrapaticidas, por exemplo que ainda são de uso bem comum, precisam ser aplicadas sobre a pele seca do animal, e somente depois do período de uso, enxaguadas com água em abundância.

É importante que você tire todas as dúvidas sobre o medicamento com seu veterinário, questione a finalidade, a dose, a frequência, e nunca altere por conta própria a dose, a frequência de uso ou o período de tratamento. Siga corretametne a orientação de seu veterinário e nunca dê medicamentos por conta própria ou indicados por um leigo, A  prescrição de medicamentos para animais é privativa do veterinário.    

Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário


Imagens: 
http://denveranimalcarecenter.files.wordpress.com/2011/08/dog-with-meds.jpg
http://content5.videojug.com/29/291d9d56-e7f9-008a-d56c-ff0008c91a88/how-to-give-your-dog-tablets.jpg
http://www.tails.co.nz/Pet%20pill.JPG
http://vetguru.com/blog/wp-content/uploads/2011/06/earmedsdog_clip_image007.jpg
http://www.petprescription.co.uk/userfiles/images/cat%20eye%20drops.jpg


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Doenças periodontais de cães e gatos

As doenças periodontais representam um grave risco para seu animal, com consequências sobre  a saúde, longevidade e bem estar dos animais, havendo estudos de correlação direta de problemas cardíacos, renais, hepáticos, articulares e processos infecciosos generalizados relacionados aos problemas periodontais.
Sintomas
Os sintomas mais comuns e de mais fácil percepção de doenças periodontais nos animais de estimação são:
- Mal hálito;
- Dentes com alteração na coloração;
- Gengiva avermelhada ou inchada (gengivite);
- Perda dos dentes;
Dificuldade em morder;
- Dentre fraturados ou quebrados;
- Dificuldade em se alimentar, em alguns casos com perda de peso;
Salivação com odor alterado ou com estrias de sangue;
- Dor ao abrir ou manipular a boca e região próxima a boca do seu animal;
Movimentação da língua excessiva como se tivesse retirando algo de dentro da boca;
- Inchaço ou fistulação abaixo dos olhos;
- Irritabilidade;
- Depressão.
Tratamento
O tratamento das doenças periodontais varia conforme a gravidade de cada caso. Cabe ao médico veterinário avaliar. O tratamento geralmente inclui o uso de antibióticos, remoção de placas bacterianas e cálculos, extração de dentes severamente comprometidos dentre outros. 
Prevenção
Para prevenir as  doenças periodontais de seu pet, você deve:
- Fornecer alimentação adequada (comida caseira, é um importante fator desencadeador de doenças periodontais);
-  Oferecer a seu animal, snacks, ossinhos próprios para limpeza;
- Escovar regularmente os dentes de seu animal.
A escovação
Quando algumas pessoas ouvem falar de escovação acham que se trata de uma brincadeira, a tomam esta importante ação com deboche, mas, quem tem um animal com uma doença periodontal severa sabe o tamanho deste problema!
Vamos a algumas dicas de escovação:
Não é necessário que seu animal adore a escovação, porém ele precisa suportar o procedimentos. Os passos iniciais são voltados para que seu amigão aceite a escovação.
ATENÇÃO: Não utilize creme dental comum (humano) para escovar os dentes de seu animal, 1. O primeiro passo para uma boa escovação é a escolha do ambiente. Procure um local calmo, que não ofereça distrações e não tenha nada atrapalhando a escovação (outros animais, brinquedos etc). Não tenha pressa.
2. Deixe seu animal se acostumar com a esta nova atividade que é a escovação. Inicialmente, nos primeiros 3 a 4 dias, apresente a escova, introduzindo-a suavemente na boca de seu animal e fazendo uma leve massagem (sem creme dental).) . Apresente também o creme dental: coloque um pouco de creme dental em seu dedo e deixe-o lamber o produto.
3. Nos 5 dias seguintes coloque um pouquinho do creme dental no seu dedo, acomode o seu animal no colo, ou na posição preferida dele, e massageie o seu dedo na gengiva dele por uns 5 segundos. Comece massageando apenas os dentes da frente ou uma das laterais da boca. Observe o ponto que o seu cão fica mais relutante em deixar escovar e a cada dia dedique um segundo a mais justamente neste ponto. Termine a massagem da gengiva sempre no ponto da boca que ele fica mais relaxado. Ao final desta breve seção faça bastante carinho e ofereça um pouquinho de água.
4. É hora de introduzir a dedeira de borracha. Repita o programa de 5 dias como foi descrito no item 3, desta vez usando a dedeira.
5. Você já está trabalhando a 13 ou 14 dias e já deve ter conquistado alguns progressos. Se o seu peludo já aceita bem a escovação, vá em frente e trabalhe a boca toda. Se vocês ainda precisam de algum tempo para se adaptar ao ritual da escovação, procure dividir a tarefa em duas etapas. Escove uma metade da boca primeiro, e então libere o peludo para brincar ou fazer qualquer outra coisa. Em uma outra hora do dia que vocês estejam relaxados novamente aproveite para escovar a metade que ficou faltando. Mantenha este esquema até o seu animal começar a aceitar a escovação com naturalidade.
6. Enquanto o seu peludo estiver se acostumando a ter os dentes escovados, tenha o cuidado de parar a sessão antes dele ficar irritado e irrequieto. Se ele desconfiar que dando chilique vai se livrar da escova de dentes, vai ficar cada dia mais difícil de tratar da boca de seu animal.
7. Escove sempre de uma maneira bem gentil e sem fazer força contra a gengiva de seu animal.
8. Faça movimentos circulares lentos e certifique-se de massagear a linha da gengiva, além da parede dos dentes.
9. Certifique-se de escovar os dentes do fundo da boca e os caninos, pois é neles que as placas se formam mais freqüentemente. Também não se preocupe em escovar os dentes pelo lado de dentro da boca do bichão, pois as placas e o tártaro normalmente se aderem na face externa dos dentes.
10. Sempre termine cada sessão fazendo um belo carinho no seu peludo.
11. A frequência de escovação depende da condição clínica de seu animal. O recomendável é de, no mínimo, 2 vezes por semana, porém, em casos mais severos, pode-se realizar escovação diária;
12. Os utensílios (dedeiras, escovas e creme dental) devem ser adequados para animais, Procure produtos de qualidade;
ATENÇÃO: Cuidado com produtos de higiene oral com Xilitol (um tipo de adoçante que também é utilizado em produtos odontológicos por combate cáries) na sua formulação, por ser este composto tóxico para animais, podendo levá-los à morte!
Animais com tártaro ou alguma outra complicação já instalada podem necessitar passar por procedimentos de limpeza, extração, tratamento com antibióticos, obturação ou outros. Consulte seu veterinário.
Ah, em breve, na Amicão, você poderá realizar a remoção de tártaro de seu animal. 

Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário


Imagem: http://thoughtsfurpaws.com/wp-content/uploads/2010/10/dog-tooth-clean.jpg

sábado, 5 de novembro de 2011

Seu animal está com o peso adequado?

Muitas vezes o proprietário (odeio este termo, pois acho um absurdo o sentido de posse sobre um animal, mas vamos em frente!), tem interesse em saber se seu animal está com o "peso certo". 
Este é um questionamento pertinente. Animais muito magros, podem ser reflexo de deficiências nutricionais, mas também, podem manifestar, por meio da magreza, sintomas de diversos distúrbios e doenças. Por outro lado, a obesidade predispõe o animal a uma série de problemas, como lesões articulares, problemas ortopédicos, problemas respiratórios e cardiovasculares dentre outros. Assim, uma boa avaliação do peso de seu animal é importante.
Mas o peso, como único critério de avaliação, não é um elemento definitivo para verificação do status corporal de seu animal. A avaliação de magreza, peso normal, sobrepeso e obesidade devem considerar também o chamado "escore de condição corporal". 
Para saber se seu animal está no peso adequado, utilize as tabelas de peso e de escore que se seguem:
CÃES:
RAÇA
PESO (kg)
Afghan Hound
26 a 34
Akita
34  a  54
Basset Hound
20 a 29
Beagle
9 a 11
Bichon Frise
3 a 5
Border Collie
12 a 40
Boxer (Fêmeas)
24 a 29
Boxer (Machos)
27 a 32
Bulldog Francês
9  a  13
Bulldog inglês
24 a 28
Bullmastiff
45 a 60
Chihuahua
1  a  3
Chow Chow
25 a 32
Cocker Spaniel Amercano
12 a 14
Cocker Spaniel Inglês
12 a 16
Collie
20 a 34
Dalmata
25
Daschund
8 a 14
Daschund miniatura
4 a 5
Doberman
30 a 40
Fila Brasileiro (fêmeas)
a partir de 49
Fila Brasileiro (machos)
a partir de 54
Fox Paulistinha
5 a 9
Fox Terrier
7 a 10
Golden Retriever
28 a 37
Golden Retriever (fêmeas)
25 a 32
Golden Retriever (machos)
27 a 36
Husky Siberiano
19 a 29
Labrador Retriever (fêmeas)
25 a 32
Labrador Retriever (machos)
27 a 34
Lhasa Apso
5 a 8
Lulu da Pomerânea
2 a 3
Maltês
3 a 4
Mastiff
50 a 90
Pastor Alemão
29 a 40
Pastor Belga
27 a 35
Pequinês
5 a 6
Pinscher Miniatura
2 a 4
Pointer
20 a 27
Poodle Grande
10 a 16
Poodle Mini
4 a 8
Poodle Toy
3 a 6
Pug
5 a 8
Rottweiler (fêmeas)
38 a 52
Rottweiler (machos)
43 a 59
Samoieda
16 a 26
São Bernardo
50 a 91
Schnauzer Gigante
40 a 50
Schnauzer Médio
15 a 20
Schnauzer Mini
5 a 8
Sheep dog
21 a 41
Shi Tzu
4  a 8
Weimaraner
24 a 30
Yorkshire Terrier
3 a 5
Fonte: Adaptado Pet Nutrition © 2002 Hill, Inc.

GATOS
RAÇA
PESO (kg)
Absínio
1,8 a 4
Birmanês
4,5 a 5
Maine Coon
11 a 15
Persa
4,5 a 5
Siamês
2 a 4,5
Fonte: Adaptado Pet Nutrition © 2002 Hill, Inc.

ESCORE DE CONDIÇÃO CORPORAL
Fonte: Adaptado Pet Nutrition © 2002 Hill, Inc.

E nunca custa lembrar: em caso de dúvidas sobre a saúde e nutrição de seu animal, procure um médico veterinário de sua confiança.

Juracir Bezerra pinho
Médico Veterinário

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Toxoplasmose, mulheres grávidas e gatos.

Semana passada, conversando com uma amiga, grávida,  que estava com seu gatinho em tratamento em função de uma gastroenterite, falávamos sobre os temores que rodeiam a gravidez, em especial quando a gestante possui gatos ou tem contato frequente com estes animais. 
Injustamente, por puro preconceito ou desconhecimento, inclusive, em muitos casos, repassados mesmo por médicos e outros profissionais de saúde, a gestação é motivo para abandono e/ou afastamento de animais inocentes. E a principal causa deste tabu: a Toxoplasmose.


Mas o que é a toxoplasmose?
É uma doença causada por um parasita Toxoplasma gondii, parasita presente em alguns gatos e transmitido para o homem por meio da ingestão de uma das formas infectantes do parasita : oocistos, bradizoítos contidos em cistos e taquizoítos.
Os gatos se infectam quando ingerem a carne de animais (ratos, aves etc.) contendo cistos na sua musculatura. Após um período, o gato infectado passa a liberar, por um período de 15 dias (e apenas durante este período) oocistos nas fezes e urina. Estes oocistos,a princípio, não são capazes de causar infecção, necessitando de 2 a 5 dias para se converter na forma infectante.
Transmissão para o ser humano
No Brasil estudos, realizados em diversos estados apontam que de 30 a 70% da população tem titulação de anticorpos para a toxoplasmose. A transmissão da toxoplasmose para os seres humanos ocorre:
- Na alimentação:
Estudos apontam que esta via de transmissão correspondem a ela ingestão de alimentos contaminados, em especial, verduras e legumes mal higienizados, carnes cruas ou mal cozidas ou assadas, leite e queijo não pasteurizados. Nos alimentos, a contaminação também pode ocorrer pela chamada "contaminação cruzada" que ocorre pelo uso de utensílios em alimentos contaminados, e posterior uso destes mesmos utensílios em alimentos não contaminados. Há registros de transmissão por água contaminada. A via alimentar, pela ingestão de formas contaminantes de transmissão corresponde a forma mais comum de contágio.
- Por via congênita (da mãe para o feto)
Uma mulher infectada durante a gestação, pode transmitir para o feto o parasita. Neste caso vale ressaltar que o problema não está naqueles casos em que a mulher já era portadora do parasita antes da gravidez, nestes casos, o próprio organismo da mulher se encarrega de manter os parasitas sob controle, protegendo assim o feto. O problema está naquelas que adquirem a doença durante o período gestacional. Neste caso, há o risco de transmissão para o feto.  
- De animais para seres humanos
Apesar de der a forma mais temida, é a menos provável, São considerados casos raríssimos (improváveis) de transmissão. Isto ocorre pois os oocistos precisam de 2 dias no a ambiente para se tornarem infectantes. Assim,  torna-se muito difícil (praticamente impossível) que um animal, como um gato, possa transmitir diretamente ao parasita para uma pessoa.
- Outras formas raras
Algumas outras circunstâncias podem ocasionar a transmissão da toxoplasmose, tais como: transfusão sanguínea, acidentes em laboratório com material contaminado, transplantes de órgãos. Até algum tempo as fezes de pombos eram postas como fonte de contaminação, hoje estudos apontam que apenas o consumo da carne crua destas aves pode transmitir esta doença.
Quais os sintomas?
No homem, menos de 10% das pessoas infectadas apresentam algum sintoma. As manifestações clínicas mais comuns são comuns a várias doenças, nos poucos casos sintomáticos pode-se observar a maioria dos casos o aumento dos linfonodos (ínguas). Os sintomas muitas vezes se restringem a isto, porém em alguns casos raros podem ocorrer  febre, dores nos músculos e articulações, cansaço, dores de cabeça, dor de garganta, surgimento de pontos avermelhados por todo o corpo - como uma alergia, urticária e aumento do fígado e do baço; menos comumente ocorre inflamação do músculo do coração.  Apesar de, na maioria das vezes estes gânglios desaparecerem espontaneamente, em alguns casos podem durar meses, bem como o cansaço e a fadiga.
Uma forma menos benigna de acometimento dos pacientes com imunidade normal é a inflamação da retina (corioretinite).
Quando a transmissão ocorre por via placentária, pode ocorrer:
1º trimestre: aborto
2º trimestre: Síndrome ou Tétrade de Sabin
. coriorretinite: 90% dos casos
. calcificação cerebral: 69% dos casos
. perturbação neural: 60% dos casos
. micro e macrocefalia: 50% dos casos
3º trimestre: nasce normal, mas com sintomas de comprometimento ganglionar, hepatosplenomegalia, anemia, miocardite, problemas visuais.

Nos gatos os sintomas  as síndromes clínicas mais comuns são : deficiências neurológicas, retinocoroidite, polimiosite, linfadenopatia, hepatite, pancreatite, granuloma intestinal, abortamento e moléstia neonatal.
Prevenção
- Evitar o consumo de carnes cruas ou mal cozidas;
- Manter boa higiene e lavar as mãos após manipular carnes cruas, passar o hábito de lavar sempre as mãos às crianças quando elas brincarem em tanques de areia ou no solo;
- Lavar as mãos após manusear animais;
- Levar seus animais frequentemente ao veterinário e oferecer alimentos secos, enlatados ou fervidos e impedidos de comer carne crua ou caçarem ratos;
- As fezes dos gatos e o material de forração do local aonde ele dorme devem ser eliminados diariamente, antes que os oocistos tenham tempo de se tornar infectante, utilizar luvas para execução a tarefa de limpar  caixas de areia de gatos, lavando bem as mãos após esta operação;
- Utilizar luvas nas atividades de jardinagem, e lavar bem as mãos;
- Higienizar adequadamente verduras e legumes, lavando-as com água limpa, e mantendo-as de molho em uma solução de 1 colher de sopa de hipoclorito de sódio /litro de água, deixando-as de molho por  pelo menos 30 minutos, e enxaguando-as em seguida;
- Os tanques de areia para a recreação das crianças devem ser cobertos quando não estão em uso, ou cercados para impedir o acesso de gatos, ou então tratá-los periodicamente com água fervente.


Em resumo: O gato é inocente, sendo injustificável a recomendação para que mulheres grávidas não tenham contato com estes animais!


Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário


Imagens: 
http://healthylifecarenews.com/wp-content/uploads/2011/07/Toxoplasma-parasite-in-cat.jpg
http://1.bp.blogspot.com/-6jKSISgMM-s/TaNl3qrDGII/AAAAAAAAAHI/osTaHbDUPxc/s320/toxoplasmose.jpg