quinta-feira, 19 de julho de 2012

Expressão corporal de cães e gatos

Não adianta dizer que animais não falam, pois isto, definitivamente não é verdadeiro. Claro, a linguagem dos animais não é  expressa da forma como nós, seres humanos gostaríamos que fossem, mas por muitos meios os cães conseguem expressar "pensamentos", sentimentos, desejos e intenções. Qualquer um que tenha um cão ou gato já sabe que determinados comportamentos ou atitudes significam alguma coisa: pegar um brinquedo, geralmente quer dizer "- quero brincar", mexer no comedouro: "- estou com fome!" "- quero comida!", apoiar-se e arranhar uma porta "- quero sair!". Estes dentre muitos outros comportamentos e atitudes fazem parte da linguagem dos animais, e um olhar atento permite facilmente identificar esta, nem sempre discreta, linguagem. Reunimos nas imagens abaixo algumas posturas próprias de cães e gatos as quais são muito  presentes e podem falar muito e, em algumas circunstância servir de alerta: "- cuidado comigo!" "-não se aproxime!. Escutar esta linguagem é fundamental para um relacionamento harmonioso com os seus e com os outros animais.  


Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Quando meu gato é considerado sênior?


Um toque de cinza na pelagem do queixo, olhos brilhantes claros tornando-se um pouco opacos. Uma ligeira rigidez no que costumava ser uma marcha saltitante. Qualquer um destes pode ser um sinal indicador de que o seu amigo peludo está entrando nos “anos dourados”.

De um modo geral, um gato já a partir dos 7 anos já pode ser considerado com sênior.
 Fatores que afetam na idade gatos incluem peso corporal, nutrição, ambiente e saúde em geral.

O velho ditado que a cada ano na vida de um gato é equivalente a sete anos "humano" não é bastante preciso. Animais de estimação amadurecer mais rapidamente durante os dois primeiros anos de vida, e novamente durante o terço final de sua vida. Use a tabela ao lado para avaliar, de forma comparativa, a idade de seu gato com o envelhecimento de um ser humano.

Por que é importante saber a verdadeira idade do seu gato?
Animais de estimação estão vivendo mais do que nunca, graças a avanços nos cuidados veterinários e na melhoria da nutrição, proporcionando aos seus proprietários muitos mais anos de amor e companheirismo fiel. Em contrapartida, o fato é que, de forma similar ao seres humanos, quanto mais os animais envelhecem mais vulneráveis ​​se tornam a vários problemas e doenças, tais como obesidade, problemas articulares, problemas cardíacos, nos rins,  fígado e doenças crônicas como diabetes, além de problemas odontológicos e periodontais, alterações comportamentais e câncer. A boa notícia é que muitos desses problemas de saúde pode ser evitada, controlada, ou tratados se detectados nas fases iniciais.

Uma vez que o seu gato alcançou um status de sênior, a avaliação clínica e exames próprios para acompanhamento da saúde de seu animal passam a ser recomendáveis não mais anualmente, mas semestralmente.

Agindo com cautela, e tendo a atenção , carinho e cuidados adequados, os “anos dourados” de seu gato serão felizes e saudáveis. Procure um veterinário de sua confiança.



Este texto é uma livre tradução e adaptação da página: http://gwlah.com/gwlah/feline_when_senior.pdf
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terça-feira, 10 de julho de 2012

Entenda o ciclo estral das cadelas!

No tocante ao ciclo estral das cadelas já vi muitas coisas. De cliente chorando porque o animal está sangrando a outras dizendo que a cadela está menstruada. Quem vivencia a rotina da clínica veterinária sempre se depara com estas situações...
Bem, para começar vamos entender o seguinte: cadelas não possuem ciclo menstrual, e portanto não menstruam, nestas nossas amigas o que ocorre é o que o chamado ciclo estral, o qual possui fases cio características específicas.
A maturidade sexual das cadelas é muito variável. Nas raças de pequeno porte, o primeiro ciclo estral ocorre por volta de 7 a 10 meses, já nas raças de grande porte, este pode se dar  até o segundo ano de vida. a partir do primeiro cio, cada animal terá, em média, de 1 a 2 ciclos por ano, até o término de sua vida, já que cadelas não apresentam supressão de cio em função da idade avançada. O intervalo entre cada cio varia conforme o porte do animal, reça, idade, condições gerais de saúde e nutrição detre outros fatores.
O ciclo estral das cadelas, encontramos as seguinte fases:

Proestro
É a primeira fase do ciclo. Sua duração é em torno de 9 a 10 dias. Caracteriza-se pelo inchaço (entumescimento) da região vaginal. Neste período ocorre descarga vaginal sanguinolenta, daí a confusão com uma "menstruação". O organismo do animal se prepara para a ovulação e posterior gestação. A fêmea não aceita o macho.
Estro (cio)
Esta fase dura aproximadamente 9 dias. Neste período ocorre a ovulação e a fêmea aceita o macho. É o "período fértil" da cadela.
Diestro
Na terceira fase do ciclo estral, que dura em torno de 70 dias, independente de estar prenhe ou não, todo o equilíbrio hormonal se comportará de forma similar a uma gestação. Nesta fase também pode aparecer a condição clínica conhecida como "falsa prenhez". As fêmeas não grávidas podem, em função de todo este conjunto hormonal, "adotar" outros animais ou brinquedos, neste momento. Não há aceitação do macho.

Anestro
Com duração aproximada de  130 dias, esta é uma fase em que se observa uma certa estabilidade hormonal, sendo portanto uma fase de"repouso" e preparo do organismo para o próximo ciclo. Nesta etapa não há aceitação do macho.

DICAS:
- O uso de fraldas absorventes, próprias para cães, no período do proestro poderão evitar que o sangue se sua cadela cause manchas em tapetes, carpetes e sofás;
- Se não deseja que sua cadelinha venha a ficar prenhe, mantenha-a afastada de machos no período do proestro e do estro. Isto vale também para machos inteiros (não castrados) que convivem com sua cadelinha, mesmo parentes diretos. Não que haja riscos de prenhez na primeira fase, mas às vezes é difícil perceber a transição entre estas fases;
- Sua cadelinha, no período do estro a até no diestro poderá estar mais sensível e ansiosa. Evite neste período punições, submetê-las a condições de estresse e esteja também sensível a este período especial;
- Caso haja o desejo de reprodução, o ideal é que ambos os animais estejam com a vacinação em dias e passem por uma avaliação de um médico veterinário. Nesse caso o ideal é que a fêmea seja levada ao macho, logo após o término do "sangramento". Eles deverão ser mantidos juntos em local tranquilo, durante todo o dia e separados no dia seguinte. Este procedimento deverá se repetir por três vezes, alternando um dia juntos e outro separados.

Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário

Imagens:
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domingo, 3 de junho de 2012

Cuidados com cadelas e gatas prenhes.

Depois de um longo hiato nas postagens, estamos de volta, e hoje um assunto que sempre preocupa os proprietários de cadelas e gatas: a prenhez.
Seja acidental ou planejada, a prenhez é um momento especial na vida de cadelas e gatas. Geralmente, quando há uma prenhez envolvida, é comum que os proprietários se preocupem sobre como agir com seu animal.
Bem, os cuidados com uma cadela ou gata prenhe deve se iniciar antes mesmo da cobertura. Isto mesmo: para reduzir os riscos de complicações na prenhez, e mesmo favorecer um melhor desenvolvimento e a saúde dos filhotes no pós-parto, é importante que a futura mamãe esteja esteja com todas as vacinas em dias, com seu controle de parasitas atualizado e em boa condição de saúde. 
Mas e se ocorreu um "acidente" e você não teve tempo de verificar estes cuidados, ou então, se a vacina "se vence" bem no meio da prenhez, posso vacinar e "dar remédio para verme?" (adoro esta expressão, até parece que os parasitas estão doentes...). A resposta é não, ao menos eu não recomendo. As vacinas, apesar de haver quem afirme que a anti-rábica, por exemplo, possa ser aplicada, precisam de um sistema imunológico hígido para obter um boa efetividade em conferir proteção ao animal, e durante a prenhez, há intensas mudanças no sistema imunológico de cadelas e gatas. As vacinas podem também podem, em alguns casos, provocar problemas aos fetos e até mesmo ocasionar aborto, portanto, eu pessoalmente, não recomendo. O mesmo ocorre em relação aos vermífugos e com produtos para controle de parasitas externos (pulgas, carrapatos etc). Havendo necessidade de tratamento, seu veterinário irá indicar o produto mais adequado. De qualquer forma é importante que todos estes aspectos sejam verificados antes de colocar seu animal para reprodução.
Outra grande preocupação, que vejo também por parte dos proprietários, refere-se à alimentação. Muitos questionam sobre vitaminas, suplementos etc. Neste ponto a única recomendação que eu faço, claro, conforme avaliação clínica, para a grande maioria dos animais é a substituição da ração, de adulto para uma de filhote, preferencialmente ração super premium, não havendo, de um modo geral, necessidade do uso de quaisquer suplementos. Uma outra dica importante é manter sempre água limpa à disposição da futura mamãe.
Quanto às atividades físicas, se você tem o hábito de caminhar com sua cadela, mantenha este hábito. Evidentemente, não se recomenda fazer uma maratona, mas caminhadas leves são recomendadas. À medida que a prenhez avança, reduza aos poucos a carga de exercícios. caminhadas de 20 a 30 minutos são ideais nesta fase. Nas últimas duas semanas de gestação, deve-se isolar a cadela de outros animais, e portanto, encerram-se as caminhadas.
Quanto ao parto, que ocorre no caso das cadelas por volta de 58 a 64 dias, e nas gatas, por volta de 60 a 64 dias do dia da cobertura, de um modo geral não há muto o que se fazer. A grande maioria dos partos são normais, e não necessitam de maior intervenção do proprietário para sua efetivação. A única recomendação que eu faço é a manutenção de um ninho, feito com uma caixa e panos limpos, para que o animal tenha um local limpo e confortável neste momento. 
Os sinais do parto são, de um modo geral, bem evidente: o animal reduz sua ingestão de alimentos, às vezes deixa de se alimentar nas 24 horas que antecedem o parto, pode-se também observar uma queda na temperatura corporal dos animais, em especial nas cadelas. Para esta verificação recomendo a aferição da temperatura retal  diariamente na semana anterior da data prevista para o parto. entre 11 e 16 horas antes do parto, você irá observar uma queda de 1,1 ºC a 1,7 ºC  na temperatura de seu animal.
De um modo geral, como eu já disse, não há necessidade de intervenção no parto, porém caso ocorra alguma complicação, leve seu animal ao veterinário de sua confiança. Desconfie de problemas se:
- A gestação durar mais de 70 dias;
- A temperatura retal caiu há mais de 24 horas e nenhum sinal de parto;
- O animal já apresenta contrações abdominais há mais de 4 horas e não nasce nenhum filhote;
- Animal apresentando dor intensa por longo período.
Pronto, agora cuide bem da mamãe e dos filhotes. Mas sempre vale lembrar que a reprodução deve ser um ato consciente, e que os filhotes irão necessitar de um lugar seguro, que lhes ofereça abrigo, carinho,  alimentação e cuidados. Nunca abandone um filhote, e caso não quera reproduzir, pense seriamente em solicitar a seu veterinário a realização da histerectomia. Não use anticoncepcionais para evitar uma prenhez indesejada (saiba mais aqui).
CURIOSIDADE: Você sabia que uma cadela ou gata pode, em uma mesma prenhez, ser mãe de filhotes de pais diferentes?


Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário


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domingo, 4 de março de 2012

Por que os gatos ronronam?

Muitas pessoas não sabem porque os gatos domésticos ronronam , já houve uma cliente que trouxe um animal para uma consulta porque ele estava com um "barulho estranho" (o bichano estava apenas ronronando). Como veremos a seguir esta questão ainda não foi bem esclarecida, porém procurarei expor algumas teorias aceitas para este fenômeno.
Bem, inicialmente, não apenas o gato doméstico, mas também diversos pequenos felinos selvagens ronronam, já os grandes felinos não tem esta capacidade.
Para muitos criadores o ronronar é uma manifestação de alegria e contentamento dos gatos, hoje, sabe-se que sim, porém, não é só isto. Os gatos podem ronronar em outros momentos, teoricamente com diversas finalidades.
Alguns teóricos afirmam que, em caso de trauma ou doença, o ronronar favorece a formação óssea ou ainda atua na liberação de endorfinas, que atuam como um analgésico natural. Já as gatas em trabalho de parto ronronam, não se sabem se como mecanismo de relaxamento ou analgésico. Filhotes respondem ronronando quando sua mãe o faz, considera-se portanto um mecanismo de comunicação e interação, servindo ainda como uma mecanismo para que os filhotes se sintam mais tranquilos e seguros.
Gatos adultos ronronam na presença de seu cuidador e especialmente quando acariciados.
De um modo geral o ronronar ainda é um mistério, tanto em sua função quanto em sua origem.
há basicamente três teorias sobre o origem (fisiologia) do ronronar. a primeira aponta que estímulos nervosos atuariam sobre as cordas vocais e estruturas adjacentes fazendo-as vibrar. Neste caso, o diafragma atuaria empurrando o ar através deste sistema e provocando o som. Na segunda teoria o ronronar surge muito mais de alterações circulatórias, por meio da passagem de sengue por uma veia localizada no peito do animal. esta passagem geraria uma turbulência, amplificada pela ação dos músculos que estão à sua volta e  pelo diafragma. Uma terceira teoria afirma que o ronronar é uma ação voluntária, ou seja, os gatos ronronam quando querem. De qualquer forma este processo ainda não é bem explicado.
Um dica aos colegas veterinários, principalmente na execução de exame clínico: quando, muitas vezes o ronronar prejudica a auscultação colocar de uma bola de algodão umedecida com álcool próximo ao focinho do animal reduz bastante a vibração e o som, facilitando o exame, sei que isto funciona, por experiência própria. 

Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário


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sexta-feira, 2 de março de 2012

Displasia coxofemoral canina: conheça e previna!

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A displasia coxofemoral é um problema ortopédico, de caráter hereditário, que acomete a articulação do "osso da coxa" (fêmur) e a cavidade do quadril em que ele se encaixa (acetábulo), levando a uma sobrecarga e degeneração desta articulação. Pode ser uni ou bilateral, se ocorre em uma ou em ambas articulações.


Esta doença pode acometer todas as raças, porém sua ocorrência é mais comum em animais de raças de rápido crescimento (Pastor-Alemão, Rotweiller,  Labrador,  São Bernardo etc). 

Pode ser classificada em cinco categorias: "A", são animais normais, sem displasia, "B"animais com articulações próximas da normalidade, "C" displasia leve, "D", displasia moderada e "E", displasia grave.

Os sintomas geralmente começam a se manifestar já no primeiro ano de vida, a partir de 4 meses, porém, em alguns animais, estes podem surgir de forma mais tardia. as queixas mais comumente relatadas pelos proprietários e/ou observados são:
- Redução na atividade física (passa a ficar um maior período de tempo deitado);
- Dificuldade para se levantar;
- Resistência a atividade física (saltar, correr, subir escadas etc);
- Claudicação (coxeadura);
- Marcha saltitante;
- Dor;
- Atrofia do músculo da coxa.

Animais aparentemente saudáveis, e que não apresentem nenhum sintoma de displasia podem possuir esta doença em grau menos grave, e mesmo animais saudáveis, que não são displásicos podem ser portadores de genes determinantes de displasia coxofemoral.

O diagnóstico, apesar de ser possível uma boa avaliação clínica conforme a gravidade, é dado  por meio de um raio-x específico denominado "exame de displasia".

O tratamento da displasia coxofemoral pode conservativo (clínico), com uso de analgésicos complementados por exercícios de baixo impacto (especialmente natação), fisioterapia, acupuntura,   ou não conservativo (cirúrgico). No caso de procedimentos cirúrgicos há inúmeras técnicas que podem ir desde a remoção ou reposicionamento da cabeça do fêmur, e, em casos muito severos, colocação de próteses, dentre outra possibilidades cirúrgicas.

Algumas atitudes são importantes para se reduzir as complicações e as manifestações clínicas da displasia: 
- Controle do peso (para saber mais clique aqui);
- Evitar pisos lisos e/ou escorregadios;
- Evitar exercícios exagerados e/ou iniciados de forma precoce;
- Prevenir traumas e esforços exagerados.

Dado o seu caráter hereditário a prevenção deve se basear no controle reprodutivo, evitando-se que animais displásicos se reproduzam. Ao se adquirir um filhotes, solicite sempre que possível a radiografia e o laudo de displasia dos pais do filhote. Não adquira animais cujo um dos pais seja categorizados como "D" ou "E". 

E não custa nunca repetir: em caso de dúvidas, procure um veterinário de sua confiança. 

Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário


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02: Adaptado de: http://www.imgbox.de/users/Punix87/Huftgelenksdysplasie_3_Abbildungen.jpg


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Coceira (parte1): alergia

Meu cachorro (ou gato) está se coçando, o que ele tem? Qual o  remédio? Estas são, provavelmente, as perguntas que ouço com maior frequência de clientes, amigos, parentes, conhecidos, desconhecidos.. .nada contra, mas é que as respostas possíveis são muito mais complexas do que as pessoas pensam. A coceira, ou prurido, não é, em si uma doença, mas um sintoma, e portanto pode estar presente em diversas doenças.
Em primeiro lugar: é impossível um veterinário diagnosticar a causa de uma coceira sem examinar o animal, fazer um extenso questionário ao proprietário e, frequentemente solicitar exames complementares (hemogramas, raspados cutâneos, biópsias etc). Este é a primeira de uma série de postagens que vão abordar este problema e suas principais causas. Hoje vamos falar de: Alergia!
É isto mesmo, assim como nós, seres humanos, os animais (é, eu sei, nós também somos animais) também podem apresentar quadros alérgicos, e dentre um dos sintomas comuns nestes casos está a coceira.
Alergia é, de uma forma bem simplista, uma reação exagerada do organismo a uma determinada substância. 
Há, essencialmente três tipos de alergia em cães e gatos, conforme a origem: dermatite alérgica a picada de pulgas (e a outros parasitas), intolerância alimentar e atopia.
A Dermatite Alérgica a Picadas de Pulgas (DAPP), na verdade não é adequadamente descrita por seu nome, uma vez que carrapatos, mosquitos e outros insetos podem desencadear, com sua picada ou ação mecânica reações alérgicas em alguns cães e gatos.  A saliva (!) destes aracnídeos e insetos contem substâncias que podem ser desencadeadoras de reações alérgicas. Muitas vezes o proprietário relata que nunca viu uma pulga no seu cão (ou gato), mas aí é que está o problema: basta, por exemplo, uma única pulga para desencadear o processo, e dificilmente esta será percebida!
Os principais sintomas são: coceira, principalmente na região da virilha, base da cauda e nádegas, queda de pelo nestas áreas, e feridas, geralmente dispersas em todo o corpo. Nos gatos pode-se notar a ocorrência de crostas (cascas), principalmente no pescoço e peito.
O tratamento para a DAPP é baseada notadamente no controle de pulgas e carrapatos (para saber mais clique aqui),e, conforme o caso, com o uso de medicamentos sintomáticos (sempre com orientação médico veterinária!!!)
A Intolerância Alimentar é uma reação alérgica provocada geralmente, por produtos químicos contidos nas rações, ou ainda, em algumas proteínas contidas na carne, especialmente bovina. No caso de animais alimentados com "comida caseira" este tipo de problema pode ser decorrente também de vários condimentos comumente utilizados no preparo da "alimentação humana" que é oferecida aos animais.
Os principais sintomas são manifestados com coceira intensa, vermelhidão e descamação na pele, e frequentemente, lesões de automutilação, provocados pela ação das unhas dos animais ao se coçarem.
O tratamento, geralmente está associado ao fornecimento de alimentação específica (ração ou comida caseira) prescrita por médico veterinário. 
A Atopia, dentre as alergias em animais de estimação, é um grande desafio, principalmente pela grande variedade de substâncias que podem estar envolvidas: produtos de higiene doméstica (sabão em pó, desinfetantes, detergentes etc), xampus, perfumes (tanto o dele quanto o seu!!!), polem de flores, material de construção, fumaça (inclusive de cigarro), remédios... a lista é praticamente infinita...
Os sintomas da atopia são semelhantes aos da intolerância alimentar. O tratamento, muitas vezes é difícil, dada a dificuldade de se detectar a causa. O uso de produtos hipoalergênicos, mudanças nos procedimentos de higiene doméstica (não utilizar desinfetantes comuns, sabão em pó ) e do animal são fundamentais. 
Um alerta em relação às alergias é que, comumente, os animais são inadequadamente tratados, e muitos acabam tomando doses altas e por muito tempo de corticóides e outros medicamentos sem a orientação adequada, o que pode ser extremamente prejudicial á saúde de seu animal e não resolve efetivamente o problema. Muitos proprietários querem também um tratamento rápido, o que geralmente não é possível. Problemas alérgicos podem levar semanas, e mesmo meses para  serem diagnosticados e tratados, e em alguns casos, o animal precisa tomas doses regulares de medicamentos para controles dos sintomas, em um procedimento denominado pulsoterapia, sem contar que alguns procedimentos precisam ser conduzidos por toda a vida do animal.
Então da próxima vez que seu animal estiver se coçando, não vá pela "dica do vizinho", nem pelo remedinho "prescrito" pelo dono do pet shop, ou pelo balconista. Procure um veterinário, tenha paciência, pois o tratamento poderá ser demorado, e seja cooperativo, pois o sucesso do tratamento  dependerá muito de sua atitude e esteja atento, pois os resultados, em alguns casos nem sempre serão tão efetivos quanto o esperado pelo proprietário e/ou pelo clínico.

Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Enfermidade do Trato Urinário Inferior dos Felinos:Um guia para proprietários


A doença do trato urinário inferior dos felinos(DTUIF) consiste numa variedade de condições que afetam a bexiga e uretra dos gatos.Geralmente os gatos que são afetados por esta enfermidade apresentam dificuldade e dor ao urinar,aumentam a frequência em urinar e também pode haver sangue na urina.Eles tendem a aumentar a lambedura na região do pênis ou vagina e podem apresentar alterações no comportamento,como micção fora da caixa-de-areia,preferindo superfícies frias e lisas,como azulejos e banheiros.
O problema pode afetar gatos de todas as idades,entretanto,animais de média idade,com sobrepeso,sedentários,que alimentam-se de dieta seca,sem acesso externo,são os mais comumente afetados.Alguns fatores como estresse emocional ou ambiental,famílias com vários gatos,mudanças bruscas no dia-a-dia do gato,aumentam o risco do desenvolvimento da DTUIF.
Os principais sintomas são:Esforço para urinar,mantendo-se em posição agachada,sem expelir nada de urina,o que muitas vezes pode ser confundido com constipação ou dificuldade em defecar.Urinar em pequenas quantidades e frequentemente;Dor e choro ao urinar;Lamber-se excessivamente na região genital;Sangue na urina e micção em lugares inapropriados.
Um estágio mais grave da DTUIF é a obstrução uretral,que é o fechamento da passagem de urina da bexiga até o exterior,cujo os sinais são semelhantes,porém o gato não urina quase nada e mantêm-se mais moribundo e dolorido.A obstrução acontece mais em machos,visto que a uretra da fêmeas é de diâmetro mais largo.É importante perceber um quadro de obstrução uretral rapidamente,pois o animal sempre merecerá um tratamento emergencial.
As causas são variadas:Obstruções por cálculos,microcálculos ou" plugs",estes últimos são formados na bexiga pela deposição de microcristais e material inflamatório protéico,o que formam verdadeiros tampões na uretra;Cistite Idiopática Felina,que é uma alteração inflamatória na parede da bexiga,muito associada ao estresse,onde ocorre uma inflamação generalizada na mucosa do orgão,com sangramento,dificultando a contração e a eliminação da urina.Infecções urinárias não são comuns,devido às particularidades da urina do felino,como a alta densidade e osmolaridade,que impede o crescimento de bactérias.Porém,em animais idosos ou com problemas renais devem ser consideradas.
O tratamento depende da causa da DTUIF,mas consiste principalmente em anti-inflamatórios,mudança de manejo ambiental e dietético, e muita hidratação.Em casos mais graves como os obstrutivos, o animal poderá ser internado para sondagens e soroterapia intensiva.Em alguns quadros mais graves e repetitivos,poderá ser necessário um procedimento cirúrgico denominado "uretrostomia",que é uma nova abertura uretral,com amputação peniana.É muito importante levar o gato rapidamente ao veterinário,evitando dar medicações,pois qualquer erro ou demora as consequências podem ser fatais.
Existem algumas formas de prevenir e tentar diminuir as crises ou o aparecimento desta enfermidade,que consistem em medidas simples,como:Aumentar a frequência de alimentação,em pequenas quantidades diárias;Consultar a um médico-veterinário para conhecer a dieta mais indicada para seu felino;Preferencialmente oferecer dietas úmidas(enlatadas);Água fresca e abundante em várias partes do ambiente;Quantidade de liteiras compatível e suficiente para todos os gatos da casa,preferencialmente uma a mais que o número de habitantes.Estas caixas-de-areias devem permanecer limpas e em lugares tranquilos e seguros.Deve-se evitar mudanças ambientais bruscas e minimizar todo o tipo de estresse.O enriquecimento ambiental é também importante,devendo-se proporcionar alternativas,jogos e atividades para os animais.

*Baseado no informativo da American Veterinary Medical Association(www.avma.org)
 
Este artigo foi gentilmente cedido pelo Dr.  Reginaldo Pereira de Sousa Filho, Médico-Veterinário  CRMV-CE 1589 - Pós-Graduação em Clínica de Felinos -UCB/RJ
Recomendamos  o blog medfelina.blogspot.com

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

PROMOÇÃO! VACINA ANTI-RÁBICA GRATUITA!

Já pensou em vacinar seu cão ou gato com uma vacina anti-rábica importada, ética (saiba o que isto significa clicando aqui), com alto poder imunitário e de graça? Pois é. Em parceria com a AVIPEC a Amicão irá distribuir 60 doses de vacina anti-rábica RABDOMUN®. E participar é Fácil:

1º Compartilhe o anúncio desta promoção no Facebook;
2º Curta a Fanpage da Amicão no Facebook;
3º Preencha o formulário da promoção (clique aqui).

Você já está credenciado a receber gratuitamente até duas doses a vacina RABDOMUN® para seu pet.
 
ATENÇÃO: outra forma de participar da promoção é por telefone: 
Ligue: (88) 3691 1762 e solicite sua adesão à promoção Amicão no combate à raiva, rsponada às perguntas para efetivação de seu cadastro e pronto!!

Porém, há algumas regras que devem ser observadas:
- Serão disponibilizadas até 02 (duas) doses de vacina por cadastro, devendo estas duas doses serem utilizadas até dia 15 de fevereiro de 2012, quando termina a promoção;
- Somente serão vacinados cães e gatos com idade a partir de 4 meses de idade;
- Os animais deverão estar saudáveis na data da aplicação;
- Não serão vacinadas fêmeas prenhes;
- É obrigatória a presença do animal e do responsável pelo cadastro na Amicão;
- A Amicão não se responsabilizará pelo transporte de animais, tão pouco realizará vacina promocional em domicílio;
- Após o cadastro você receberá um e-mail confirmando o período em que a vacina estará à sua disposição;
- Fica obrigado o participante a comparecer na Amicão no período estabelecido (serão defino das 2 datas para você levar seu animal);
- A Amicão não se responsabilizará em caso de cadastros efetuados após a expiração da promoção, ou após o término das 60 doses promocionais;
- Os participantes concordam que poderão ter fotos de seus animais utilizadas em ações promocionais e de divulgação da Amicão e de seus parceiros;
- Quais quer outras situações alheias às regras ora apresentadas serão avaliadas pelo corpo técnico da Clínica Veterinária Amicão.

Então: seja rápido!

Raiva em cães e gatos

A Raiva é uma doença provocada por vírus que acomete o sistema nervoso central de mamíferos, incluindo animais de estimação e o homem. Apesar da resposta positiva em algumas pessoas tratadas, admite-se que ainda hoje a raiva é uma doença com letalidade aproximada de 100%, daí sua gravidade. É uma das doenças mais antigas que se tem conhecimento, tendo sido provavelmente a origem de diversas lendas, mitos e histórias, como é o caso do lobisomem.
Transmissão: A raiva é transmitida pela saliva do animal doente. A contaminação se dá pela contaminação de ferimentos ou mesmo das mucosa de amimais, ou seres humanos, quando da mordida arranhão ou lambida de por uma animal doente. O vírus então, a partir do ponto de inoculação (mordida, arranhão ou lambedura) inicia um processo de migração por meio dos neurônio em direção ao cérebro.
Vírus da raiva
Diversos animais, silvestres e domésticos estão envolvidos no ciclo de transmissão da raiva, tais como morcegos, raposas, macacos, marsupiais, animais de produção  trabalho (bovinos, suínos, equinos etc) e claro, infelizmente nossos animais de estimação.
Período de incubação: O período de incubação (que vai da mordia ao surgimento dos primeiros sintomas) é muito variável. Há relatos de casos que demoraram meses, e mesmo anos, para se manifestar. De um modo geral, considera-se que o período de incubação é, em média de 2 semanas a 4 meses nos cães e de 3 semanas a 2 meses nos gatos. A velocidade depende de vários fatores tais como a profundidade e localização da lesão e a carga viral contaminante no ato da inoculação.
Salivação
Sintomas: Classicamente divide-se a riava nos animais de estimação em três períodos:
Fase prodrômica: cão ou gato passa por uma notável mudança no comportamento. Animais agitados ficam tranquilos e quietos, animais tranqüilos ficam agitados e ansiosos. De um modo geral é uma fase geralmente pouco percebida ou que não desperta maiores suspeitas.
Raiva (fase) furiosa: Nesta fase o animal fica altamente excitável, pode apresentar depravações de apetite (comem terra, pedra, madeira etc), salivação excessiva. No caso dos cães geralmente hpa mudança no latido que passa a parecer mais um uivo, e o animal pode parecer “engasgado”. A agressividade é marcante, avançando contra pessoas e outros animais. Geralmente o animal apresenta também uma tendênaia a buscar locais escuros. Com a evolução o aniimal pode apresetnar dificuldade de andar (inicialmente com mudanças nos membros posteriores). Nesta fase, o risco de mordidas é alto e portanto deve-se ter muito cuidado com animais que apresentem este tipo de sintomatologia.
Raiva (fase) paralítica: A dificuldade de andar se torna marcante, o animal não consegue comer nem beber e a salivação se intensifica. Finalmente o quedro evolui para o coma e a morte.
Vale aqui ressaltar que,salivação, dificuldade de caminhar, mudanças de comportamento e outros sintomas da raiva estão também presentes a muitas doenças. Procure um veterinário de sua confiança.
Diagnóstico:  Não é possível se realizar o diagnóstico de raiva apenas pela sintomatologia e tão pouco há exames que possam ser realizados no animal vivo. No caso de suspeita de raiva, recomenda-se o isolamento do animal suspeitos para evitar sua fuga e prevenir que este venha a agredir seres humanos e outros animais. O diagnóstico após a morte do animal é realizado pea coleta de um fragmento da medula espinhal do animal.
Tratamento: Não há tratamento para a raiva em animais. NO caso do paciente humano há protocolos que podem salvar a vida do paciente, porém estes tem sua aplicação ainda muito limitada.
O que fazer em caso de agressão por um animal:
- Lave o local afetado com água e sabão. Procure um posto de saúde mais próximo;
- Não mate o animal. Este, se possível deverá ficar preso e em observação por um período de 10 dias, independente do estado vacinal do animal. Durante este tempo, o animal deverá receber água e alimento regularmente;
- O animal deverá ficar em local seguro para evitar fugas;
- Se o animal adoecer, desaparecer ou morrer retorne imediatamente ao serviço de saúde;
- Nunca interrompa o tratamento ou deixar de tomar as vacinas prescritas pelo seu médico.
Como evitar ser mordido por um animal:
- Evite tocar em animais que estejam feridos, doentes, comendo, bebendo ou dormindo;
- Antes de tocar em uma animal pergunte ao proprietário se pode e n~ão há riscos;
- Não provoque nenhum animal, mesmo que esteja preso;
- Nunca tente separar brigas de animais;
- Ao entrar em grutas com grande infestação de morcegos, procure utilizar equipamento de segurança (máscara, óculos de proteção etc). Evite tocar nestes animais em quaisquer circunstâncias.
Prevenção
A prevenção da raiva se baseia essencialmente na prevenção às agressões, e na vacinação. Assim recomenda-se:
- Vacinar todos os animais com mais de 4 meses de idade;
- Procure manter seus animais presos. Na rua conduza-os sempre com guia ou coleira.


Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário

Imagens: 
http://www.petinsurance.com
http://farm6.static.flickr.com/5041/5279807113_38247cf8f7.jpg
http://www.daff.gov.au/__data/assets/image/0004/114439/rabies2.jpg

sábado, 21 de janeiro de 2012

Maus tratos a animais

Hoje, em diversas cidades do do mundo (veja programação) estão sendo realizados manifestos e eventos contra os maus-tratos aos animais e em favor de mudanças na legislação pela adoção de penas mais severas contra quem comete este tipo de crime.
Mas e você, sabe como reconhecer, ou suspeitar, que seu animal está sendo vítima de maus-tratos? E sabe como proceder nestes casos?
Em primeiro lugar, há algumas dicas que podem indicar, que seu animal está sendo vítima de maus tratos, mas atenção, nem todo comportamento de repulsa a uma pessoa ou local significa que seu animal sofreu maus tratos aliou provocado pro aquela pessoa. A seguir algumas para identificas possíveis maus-tratos, em algumas circunstâncias:

Banho e Tosa
Observe o estabelecimento e como o serviço é prestado.É importante que haja um envolvimento eum manuseio adequado do prestador de serviço para com o animal. “Cães e gatos manuseados como se fosse uma boneca de plástico descabelada, cães sendo puxados para um lado e para o outro por uma só pata, tendo seus longos pelos embaraçados escovados com muita força e nenhum cuidado.  Olhos assustados, orelhas para trás e rabo, quando permitido, entre as pernas" imagine "se um nozinho no seu cabelo dói, como deve se sentie seu animal sente dor quando escovado com brutalidade!"
Comece a notar os sinais que o seu cão lhe dá quando está indo levá-lo ao banho. Repare como se comporta no momento em que vai para o colo da pessoa que o recebe no Pet Shop e como esta pessoa o recebe. Tire algumas horas do seu dia para observar o banho do seu cão pelo vidro da loja, ou então repare outros cães sendo lavados e escovados no mesmo local. 
Quando notar ações que não aprova, fale com o veterinário (é importatne que o estabelecimento possua veterinário) ou o proprietário do local, que pode não saber do que ocorre ali. Você está pagando pelo serviço e tem o direito de reclamar e o dever de denunciar qualquer ato de maus - tratos que o seu cão sofra!
É possível dar um belo banho, secar e escovar um cão sem que este seja tratado com um objeto. Basta capacitar os profissionais e escolhê-los dentre os que realmente gostam de cães e gatos. Quando o trabalho não é feito em “série”, mas de forma personalizada, o tempo não precisa ser tão curto para o grooming de um cão. Também é possível fazer associações positivas aos cuidados que o cão necessita de maneira que ele goste de ir ao local, tomar o banho e ser cuidado. Além de que, se for bem tratado e receber carinho irá gostar de voltar ao lugar.
Opte por lugares onde os animais são entregues em casa logo após o banho. 
Quando o pêlo do cão estiver com “nós”, peça para cortar ou tosar e não desembaraçar a qualquer custo. Não se prenda a estética, mas a higiene e bem-estar do seu animal."

Secretárias do Lar
Ah! Aqui reside um grande problema! Embora recebam para organizar e limpar a casa um número significativo delas detesta os “causadores de sujeira”. E embora em frente aos empregadores diga que esta tudo bem, podendo até fazer mimos nos cães, quando os tutores viram as costas podem cometer todo tipo de maus-tratos.
Opte por uma funcionária que realmente goste de cães, instale câmeras de filmagem de forma a ter registrado o que ocorre na sua casa durante a sua ausência. Deixe claro que o bem-estar do cão é a sua prioridade e não apenas o serviço dela bem feito. E mais, note os comportamentos que o seu cão tem perto da sua secretária.
“Cães são como crianças, e podem demonstrar gostar de uns e temem a outros.” Existem muitas pessoas que trabalham na função de doméstica e que adoram bichos!

Adestradores, Educadores Caninos, Babás e Passeadores
"Sobre as pessoas que ensinam algo ao seu animal de estimação, é fundamental compreender que não é possível estipular quantidade de aulas para que algo seja ensinado e ou modificado no comportamento do seu cão. Cada cão responde de uma maneira, dentro do seu tempo. Além de que a dedicação dos tutores aos treinos e o comprometimento de todas as pessoas envolvidas na rotina do cão são “peças chaves” no andamento dos treinos.
Treinos com uso de punição são mais rápidos e mais precisos, porem não são justificáveis!
Acompanhe as aulas, e quando precisar se ausentar, escolha outra pessoa para estar presente. Fique atento para a reação do seu cão quando o profissional chegar a casa. Note como ele se comporta depois das aulas. Não permita que uma pessoa sob a alegação de ensinar algo ao seu amigo uso um enforcador. Aqui também vale a dica de manter uma filmagem da sua casa quando está ausente, ou seguir vez ou outra, o passeador sem que ele perceba. 
Converse com os vizinhos para estarem atentos ao passeador enquanto anda na rua com o seu cão. Peça referências da babá, combine com algum parente para chegar na casa enquanto o profissional está fazendo a manutenção, filme...
Embora algumas das profissões ligadas ao manejo de cães, existem outras tantas. O que importa é notar o comportamento do se cão em relação a tais pessoas. 
Veterinários NÃO estão fora destas dicas de observação, devem SIM ser incluídos!

Fique atento aos seguintes comportamentos no seu cão:
- Rabo entre as pernas, orelhas para trás ou para baixo,
- Urinar quando a pessoa se aproxima ou chega no lugar,
- Deitar no chão com a barriga para cima quando a pessoa se aproxima ou fala com ele,
- Respiração ofegante,
- Salivação,
- Esquivar-se sem justificativa quando terceiros ou você levanta o braço ou se aproxima,
- Agressividade,
- Apatia, depressão,
- Tentativa de fulga...Nem todos os cães mostram sinais perceptíveis aos olhos de um leigo, por isto fique muito atento.
É claro que os sinais acima podem derivar de outros motivos e situações, mas se começar a notá-los depois de que o seu animal freqüenta algum lugar, ou quando fica aos cuidados de terceiro, pode ser um indício de algo maior está ocorrendo!
Um exemplo bem prático que posso dar é o caso dos meus cães que se estiverem deitados no chão e alguém se aproximar com uma vassoura, nenhum deles irá correr e sair de lá. São indiferentes ao objeto, sabe por que? Porque nunca apanharam de vassoura ou foram enxotados de um lugar com a ameaça de uma vassoura, portanto não associam o objeto a algo que possa fazer-lhes mal.
Tanto quanto o profissional que comete violência com o seu cão é culpado, o tutor que não atenta para tais fatos acaba sendo também. 

Mas, o que pode ser considerado mal-trato:
Os maus tratos contra animais são definidos no DECRETO Nº 24.645, de 10 de julho de 1934 , que no seu artido 3º define:
"Art. 3º - Consideram-se maus tratos: 
I - praticar ato de abuso ou crueldade em qualquer animal;
II - manter animais em lugares anti-higiênicos ou que lhes impeçam a respiração, o movimento ou o descanso, ou os privem de ar ou luz;
III - obrigar animais a trabalhos excessivos ou superiores às suas forças e a todo ato que resulte em sofrimento para deles obter esforços que, razoavelmente, não se lhes possam exigir senão com castigo;
IV - golpear, ferir ou mutilar, voluntariamente, qualquer órgão ou tecido de economia, exceto a castração, só para animais domésticos, ou operações outras praticadas em benefício exclusivo do animal e as exigidas para defesa do 
homem, ou interesse da ciência;
V - abandonar animal doente, ferido, extenuado ou mutilado, bem como deixar de 
ministrar-lhe tudo que humanitariamente se lhe possa prover, inclusive 
assistência veterinária;
VI - não dar morte rápida, livre de sofrimento prolongados, a todo animal cujo extermínio seja necessário para consumo ou não; 
VII - abater para o consumo ou fazer trabalhar os animais em período adiantado de gestação;
VIII - atrelar, no mesmo veículo, instrumento agrícola ou industrial, bovinos com eqüinos, com muares ou com asininos, sendo somente permitido o trabalho em conjunto a animais da mesma espécie;
IX - atrelar animais a veículos sem os apetrechos indispensáveis, como sejam balancins, ganchos e lanças ou com arreios incompletos, incômodos ou em mau estado, ou com acréscimo de acessórios que os molestem ou lhes perturbem o funcionamento do organismo;
X - utilizar, em serviço, animal cego, ferido, enfermo, fraco, extenuado ou desferrado, sendo que este último caso somente se aplica a localidades com 
ruas calçadas;
XI - açoitar, golpear ou castigar por qualquer forma a um animal caído sob o veículo, ou com ele, devendo o condutor desprendê-lo do tiro para levantar-se;
XII - descer ladeiras com veículos de tração animal sem utilização das respectivas travas, cujo uso é obrigatório;
XIII - deixar de revestir com o couro ou material com idêntica qualidade de proteção, as correntes atreladas aos animais de tiro;
XIV - conduzir veículo de tração animal, dirigido por condutor sentado, sem que o mesmo tenha boléia fixa e arreios apropriados, com tesouras, pontas de guia e retranca;
XV - prender animais atrás dos veículos ou atados às caudas de outros;
XVI - fazer viajar um animal a pé, mais de 10 quilômetros, sem lhe dar descanso, ou trabalhar mais de 6 horas contínuas sem lhe dar água e alimento;
XVII - conservar animais embarcados por mais de 12 horas, sem água e alimento, devendo as empresas de transportes providenciar, sobre as necessárias modificações no seu material, dentro de 12 meses a partir da publicação desta Lei;
XVIII - conduzir animais, por qualquer meio de locomoção, colocados de cabeça para baixo, de mãos ou pés atados, ou de qualquer modo que lhes produza sofrimento;
XIX - transportar animais em cestos, gaiolas ou veículos sem as proporções necessárias ao seu tamanho e números de cabeças, e sem que o meio de condução em que estão encerrados esteja protegido por uma rede metálica ou idêntica, que impeça a saída de qualquer membro animal;
XX - encerrar em curral ou outros lugares animais em número tal que não lhes seja possível moverem-se livremente, ou deixá-los sem água e alimento por mais de 12 horas;
XXI - deixar sem ordenhar as vacas por mais de 24 horas, quando utilizadas na exploração do leite;
XXII - ter animais encerrados juntamente com outros que os aterrorizem ou molestem;
XXIII - ter animais destinados à venda em locais que não reúnam as condições de higiene e comodidades relativas (Eita que isto é só o que existe em Crateús);
XXIV - expor, nos mercados e outros locais de venda, por mais de 12 horas, aves em gaiolas, sem que se faça nestas a devida limpeza e renovação de água e alimento;
XXV - engordar aves mecanicamente;
XXVI - despelar ou depenar animais vivos ou entregá-los vivos a alimentação de outros;
XXVII - ministrar ensino a animais com maus tratos físicos;
XXVIII - exercitar tiro ao alvo sobre patos ou qualquer animal selvagem ou sobre pombos, nas sociedades, clubes de caça, inscritos no Serviço de Caça e Pesca;
XXIX - realizar ou promover lutas entre animais da mesma espécies ou de espécie diferente, touradas e simulacros de touradas, ainda mesmo em lugar privado;
XXX - arrojar aves e outros animais nas casas de espetáculos e exibi-los, para tirar sortes ou realizar acrobacias;
XXXI - transportar, negociar ou caçar, em qualquer época do ano, aves insetívoras, pássaros canoros, beija-flores, e outras aves de pequeno porte, exceção feita das autorizações para fins científicos, consignadas em lei anterior.
Hoje o entendimento é que qualquer caso em que haja ato abusivo, que cause constrangimento ou dor ao animal é mal-trato. A Lei Federal de Crimes Ambientais 9.605/98, em seu artigo 32, Cap. V condena todo aquele que "Praticar ato de abuso e maus-tratos à animais domésticos ou domesticados, silvestres, nativos ou exóticos", com pena de detenção de três meses a um ano, e multa (a pena é aumentada de um sexto a um terço se ocorre morte do animal)."

Quando e onde e como denunciar?
em primeiro lugar investigue. Certifique-se que realmente se caracteriza mal-trato. Procure obter provas (testemunhais, fotos etc). Se for possível procure conversar com o agressor. Procure mostrar que ele está cometendo um crime.  
Denuncie, procure a  delegacia para lavrar um Termo Circunstanciado, em função do artigo citado anteriormente da Lei 9.605/98. Denúncias por telefone podem ser feitas pelo telefone (88) 3692 3504 (Delegacia de Polícia Civil de Crateús), ou, em outros municípios pelo "Disque Denúncia":

SUL
RS - 181
SC - 181
PR - 181

SUDESTE
SP - 181
MG - 181
RJ - (21) 2253-1177 / 0300-253-1177 (Petrópolis)

NORDESTE
BA - 3235-000 (Capital) / 181 (Interior)
SE - 181
AL - 0800-2849390 Polícia Civil / (82) 3201-2000 P.M.
PE - (81) 3421-9595 (Capital) / (81) 3719-4545 (interior)
PB - 197
RN - 0800-84-2999
CE - (85) 3488-7877
PI - 0800-280-5013
MA - 3233-5800 (Capital) / 0300-313-5800 (interior)
TO - 0800-63-1190

NORTE
PA - (94) 3346-2250 / 181
AM - 0800-092-0500
RR - 0800-95-1000
AP - 0800-96-8080
AC - 181
RO - 0800-647-1016

CENTRO-OESTE
MT - 197
MS - 147
GO - 197
DF - 197

É importante que todas as pessoas se conscientizem que o respeito aos animais é uma premissa fundamental para um sociedade saudável e evoluida, e que a práticas de abusos constitui-se um crime. Necessário também se faz que a polícia e a justiça façam a lei ser cumprida e que agressores sejam devidamente responsabilizados e punidos.

Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário

Fontes:
www.arcabrasil.org.br/animais/caes_e_gatos/maustratos.htm
www.educadoracanina.com.br